Relação entre a independência do Banco Central e a política monetária

O Banco Central também conhecido como Bacen é fundamentalmente importante para o país. Essa entidade mantém o sistema financeiro regulado e funcionando corretamente. Em suma, o Bacen trata-se de uma autarquia, ou seja, possui autonomia nas suas funções e não é subordinado a nenhum outro órgão público.

Seu papel principal é manter o poder de compra da moeda nacional, o Real. Além disso, o banco central autoriza o funcionamento de outras instituições financeiras e as fiscaliza. Em outras palavras, a autarquia procura garantir a estabilidade da economia nacional utilizando suas ferramentas de política monetária.

Nesse sentido, falaremos no artigo de hoje, sobre a relação do Banco central independente, sua política monetária a partir disso, e os benefícios que podem ser gerados a partir da Lei da autonomia do Banco Central.

Como surge o Banco Central do Brasil

Bacen

O Banco Central surgiu da necessidade de se criar um banco para os bancos, ele funciona exatamente como um banqueiro do Estado. A ideia ganhou vida antes do século XX. Primeiramente fora criado a Casa da Moeda com esse objetivo de organizar o sistema monetário do País.

Nesse sentido, o príncipe regente, Dom João, criou o Banco do Brasil, com o mesmo objetivo de ter um banco que fizesse as funções que o Bacen possui hoje. Posteriormente com a criação da (SUMOC) Superintendência da Moeda e do Crédito por Vargas, que tinha o grande desafio de combater a inflação e exercer controle sobre o mercado financeiro. 

Com isso, somente em 1964 que finalmente o Banco Central foi criado. Já no momento de criação, havia a ideia de torna-lo “banco dos bancos”. Assim, em 1985, é que houve separação entre o Bacen, o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional. Por fim, somente em 1988, as funções de autoridade monetária foram totalmente transferidas do Banco Do Brasil para o Banco Central. 

Entendendo a política monetária

Nesse artigo aqui, falamos somente sobre a política monetária exercida pelo Banco central. Contudo, de forma resumida, a política monetária é o controle de circulação da moeda. Dessa forma, o Bacen administra o volume de moeda e crédito disponível na economia. 

Isso se faz necessário, dado que o governo constantemente vai a público se financiar. Dado que o Bacen é proibido por lei de o faze-lo, pode ser que haja excesso de reservas em toda economia e dessa forma o Banco central age atuando sobre o controle desse volume. 

Alguns serviços oferecidos pelo Banco Central

Uma das mais importantes atribuições do Banco Central é educar financeiramente a população, disponibilizando dados sobre o mercado, cotação de moedas, taxas de juros e tarifas bancárias.

Além disso, para empresas, os dados disponibilizados também cobrem taxas pré e pós fixadas, como antecipação de futuros recebimentos, capital de giro, cheque especial, descontos de duplicatas e cheques. 

Nesse sentido, o Bacen é um órgão tão importante que além de regular todas as instituições financeiras, emite a nossa moeda, e principalmente controla todo o sistema financeiro nacional. Suas decisões impactam não somente fatores econômicos como a inflação, mas também possuem um impacto em toda vida da população. 

Veja também: Conheça os principais indicadores macroeconômicos

Como a independência do Banco Central pode melhorar a vida do brasileiro

Como já dissemos, o bacen é responsável por tentar manter a inflação controlada e para isso dispõe de ferramentas de política monetária. Dessa forma, no Brasil, assim como em outros países é definida uma meta anual de inflação onde o Banco Central deve perseguir. 

A principal ferramenta que o Banco central utiliza para cumprir essa meta, é o controle que exerce sobre a taxa básica de juros, a SELIC. O Banco Central, atua conforme as expectativas de inflação variam.

Assim, quando a expectativa de inflação está alta, o Bacen aumenta a taxa de juros (SELIC), prevenindo choques inflacionários no futuro. Quando as expectativas estão baixas o inverso ocorre, e o banco pode estimular a economia reduzindo a taxa. 

Esses movimentos realizados pelo Banco Central, possuem impactos diretos no nível de investimentos e consumo. Reduzindo o apetite ao risco em caso de aumento, além de diminuir a inflação as custas de crescimento econômico. 

Por outro lado, reduções muito exageradas podem ter um impacto no câmbio. Causando depreciação em nossa moeda, além de um crescimento econômico artificial e elevação de choques inflacionários em seguida. 

A independência do Banco Central Aprovada no Brasil

A possibilidade de escolher o mandatário e exercer influência sobre a política monetária. Dá ao governo, incentivos para práticas que não condizem com o real objetivo do Banco Central. Que é a manutenção do poder de compra da moeda. 

Nesse sentido, o termo independência, visa essa capacidade do Bacen em não ceder as vontades de forças políticas que buscam monetizar déficits orçamentários. Em outras palavras, possuir independência institucional em relação aos poderes Executivo e legislativo. 

Com a lei sancionada no Brasil, o presidente do Banco Central, será indicado pelo presidente e confirmado pelo congresso. Contudo, no meio do mandato do presidente eleito do país. 

Com isso, a partir da indicação, haverá um mandato fixo de 4 anos. Em caso de demissão, há necessidade da autorização do congresso. Dessa forma, a credibilidade da autoridade monetária aumenta, e seus movimentos podem ser mais bem compreendidos. 

Além disso, outro impacto direto da lei sancionada são os juros estáveis. Assim, resultando com isso mais empregos e renda, dado que o mercado não gosta de incertezas. Com isso, todos ganham. 

Conclusão

Como vimos, o Banco central é uma importante autoridade dentro do nosso sistema financeiro. Sua independência é um fator de grande importância para o bem-estar de nossa economia. Dado que inibe a possibilidade de mal uso dessa instituição.

Além disso, seu papel como educador o torna mais do que um simples agente econômico. O Banco Central possui grande relevância para toda sociedade, ao trazer levantamentos e disponibilizar dados. 

Por fim, com mais autonomia para utilização plena de suas ferramentas de política monetária. Podemos esperar um ambiente mais propício que mitiga os riscos de incerteza para os investidores em geral. Algo que agrada com certeza todo o mercado e deve também com isso, trazer grandes benefícios para toda a população. 

Veja também: Selic pode terminar 2021 em 6,5%, estimam bancos em pesquisa

 

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