Play-to-earn, o novo modelo de negócios dos jogos

Não é novidade que o mercado de games vem cada vez mais, ocupando grande espaço na indústria internacional. Movimento bilhões de dólares anuais, hoje, até mesmo existem competições que pagam prêmios milionários para seus vencedores. Alguns jogos possuem equipes profissionais, onde os jogadores são treinados e pagos mensalmente.

Nesse sentido, quando falamos da indústria de jogos, estamos falando do próprio desenvolvimento tecnológico em si. A cada novo console lançado, a cada novo game lançado, as tecnologias utilizadas são diferentes. Isso permite aos usuários uma imersão completa no mundo da tecnologia.

Contudo, olhando o pelo lado dos negócios, existem diversas modelos de rentabilidades relacionados aos jogos. Pay-to-win, quando você precisa comprar, através de dinheiro fiduciário, moedas dentro do jogo para desbloquear funcionalidades ou avançar. Existe também o pay-to-play, onde literalmente é necessário realizar pagamentos recorrentes para jogar o jogo.

Por fim, com o advento da blockchain e sua aplicação no mundo dos jogos, nasce o modelo play-to-earn. Dessa forma, iremos explicar, nesse artigo, como funciona esse modelo de rentabilização de jogos. Para você, que quer investir e gosta da indústria de jogos, é importante ficar atento a esse movimento.

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Entendendo a base do play-to-earn

Contudo, para entender a forma de funcionamento do play-to-earn, é necessário, primeiro, entender o mecanismo free-to-play. Este modelo de negócios permite aos jogadores realizarem o download dos jogos de forma totalmente grátis. Contudo, geralmente fornece aos consumidores uma experiência limitada de jogo.

Dessa forma, grande parte dos jogos free-to-play acabam sendo também pay-to-win. O motivo é que, para obter novas funcionalidades, conteúdo extra e moedas, é necessário realizar compras com moeda fiduciária. Com isso, os jogadores necessitam pagar para acelerar seu progresso dentro dos jogos.

Por exemplo, um dos maiores jogos do mercado atualmente, o Fortnite, está disponível gratuitamente para qualquer um jogar. Contudo, sozinho, o Fornite foi responsável por movimenta US$1,8 bilhão no último ano, mesmo sendo um jogo grátis. Isso foi possível através da venda das chamadas skins, que permitem a customização de personagens. 

Além disso, existem outros jogos que adotam esse mesmo modelo e movimentam bilhões de dólares. Entre eles, podemos citar League of Legends e Hearthstone. Isso mostra o quanto o modelo free-to-play se tornou madura e as empresas já dominam as formas de rentabilizar o modelo.

O que é o play-to-earn

Com isso, de antemão, é possível afirmar que o modelo play-to-earn possui diversas similaridades com o modelo free-to-play. As mecânicas dos jogos play-to-earn são também vistas nos jogos free-to-play. Contudo, a grande diferença é que, enquanto em um você está pagando para desbloquear conteúdo, no outro você ganha para jogar, e é isso que significa o modelo play-to-earn, ganhar dinheiro enquanto joga.

Dessa forma, oferecer aos jogadores posse de ativos dentro do jogo, permitir a valorização destes ativos, são os requisitos chaves de modelos play-to-earn. Ao participar da economia dentro do jogo, os jogos geram valor para outros jogadores e desenvolvedores. Em troca, eles são recompensados com ativos dentro do jogo.

Com isso, esses ativos digitais podem ser qualquer coisa, desde criptomoedas até recursos do jogo, que são tokenizados na blockchain. Esses recursos se resumem basicamente a tokens não fungíveis (NFTs). Dessa forma, com alta popularidade e tokens escassos, estes ativos digitais acabam tendo enormes valorizações.

Dessa forma, sendo NFT ou uma criptomoeda, através da sua valorização, é possível em algum momento, trocar por moeda fiduciária. Ou seja, além de se divertir, é possível ganhar dinheiro por simplesmente estar jogando algum game que utiliza tecnologia blockchain. Essa mistura de conceitos, onde o mundo real acaba se tornando parte do virtual, é chamado de metaverso.

Exemplificando o modelo

Nesse sentido, em modelos play-to-earn, o jogo e os desenvolvedores recompensam os jogadores por investir tempo e esforço no jogo. Por exemplo, no Axie Infinity, os jogadores ganham Small Love Potions (SLP), um token do game. Os jogadores precisam destes tokens para criar Axies. Também é possível vender os tokens para outros jogadores.

Contudo, nem todos os modelos play-to-earn são também free-to-play. Por exemplo, para jogar o Axie Infinity, os jogadores precisam, primeiro, comprar três Axies, os monstrinhos do jogo. O Sorare, fantasy game de futebol, solicita ao jogador comprar as primeiras cartas antes de participar das competições semanais.

Por outro lado, jogos como Chainz Arena e League of Kingdoms, são completamente free-to-play. Mas como a maioria dos jogos que utilizam esse modelo, você acaba sendo forçado a realizar algum investimento para avançar. Isso acaba sendo vantajoso, visto que os ganhos compensam o investimento realizado.

Por fim, talvez o grande sucesso em termos de game play-to-earn, seja o Star Atlas. O game, além de possuir a tecnologia blockchain, tendo uma criptomoeda própria, possui gráficos ultrarrealistas. Sendo assim, pouco depois do seu lançamento, a criptomoeda do jogo chegou a subir 43.380% A própria AXS, cripto do Axie Infinity, já acumula 7000% no ano.

Conclusão

Desenvolver um jogo de vídeo game custa dinheiro, e estes jogos são criados por empresas. Contudo, o benefício do modelo de negócios de jogos play-to-earn é que o jogador sempre cria algum valor que pode ser vendido. Mesmo quando um jogador precisa pagar para começar a jogar, os itens adquiridos podem ser vendidos de novo.

Dessa forma, toda carta no Sorare que você compra, pode ser vendida. Assim como o Axie que você comprou no início do Axie Infinity, pode ser vendido. Ao mesmo tempo, jogos como Fortnite e League of Legends estão faturando bilhões. Jogadores gastam dinheiro e jogam seu valor em um poço sem fundo. 

Com isso, ao pararem de jogar estes jogos, os itens adquiridos simplesmente não valerão nada. Do contrário, caso você deseje parar de jogar algum game play-to-earn, é possível vender todos os itens e gerar dinheiro. O modelo play-to-earn muda a estrutura da indústria de games. Todos os itens representam algum valor.

Por fim, não à toa os games baseados em blockchain tem feito bastante sucesso. Os jogadores estão buscando qual será o próximo jogo que, além de divertir, os trarão rentabilidade. Nos últimos anos, jogos já haviam deixado de ser brincadeira de criança. Sendo assim, com a possibilidade de “monetizar” a jogatina, essa ideia deixou de existir, se tornando uma forma de investimento.

Veja também: Sorare, o fantasy game de futebol que utiliza NFT

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