PIX: Saiba quais são os golpes mais comuns

Quando falamos de PIX, logo pensamos na simplicidade e velocidade em se enviar pagamentos. Ele veio para facilitar o dia-a-dia dos brasileiros, em que é possível realizar transferências bancárias e pagamentos corriqueiros com o uso do que chamamos hoje de chave.

As operações do PIX funcionam de forma instantânea, disponível 24 horas por dia, o que inclui também feriados e finais de semana. A expectativa que se tinha quando foi criado está aos poucos se concretizando cada vez mais: Operações de TED e DOC estão ficando praticamente obsoletas frente ao PIX e cada vez menos pessoas usam essas formas de pagamento mais antigas.

Uma das características mais marcantes do PIX é a sua rapidez. Comparando-se com as formas mais tradicionais e conhecidas nesse quesito, as opções que temos como débito, cheque e TED, podem demorar até 90 minutos para realizar os pagamentos. Já algumas opções que levam mais tempo, como DOC e boleto, essa espera pode ser de até 2 dias úteis.

O PIX, por sua vez, faz essas transações financeiras com um tempo médio de 2 segundos, segundo o Banco Central, e com um tempo máximo de até 10 segundos. Isso é um dos motivos que o torna tão inovador. Além disso, as transações podem ser feitas através do celular ou caixa eletrônico, tendo como opção extra o uso do QR Code.

Os cadastros para a utilização de forma de pagamento/transferência vão acontecer justamente no banco que se utiliza ou instituições como corretoras, aplicativos desse meio, fintechs e afins. Além disso, pode ser usado por qualquer pessoa física ou jurídica.

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O PIX é seguro?

Diferentemente das opções de TED e DOC, o PIX funciona por meio de chaves de segurança. Essas chaves são necessárias para identificar a conta do cliente, que pode ser feito através de CPF ou CNPJ, além de opções como número de celular, e-mail e até mesmo uma chave aleatória, que são letras, números e símbolos dados de forma aleatória que isenta o pagador de fornecer seus dados pessoais.

Essas formas de se identificar a conta PIX do recebedor através de chaves simplificou a forma de se enviar dinheiro. Não é mais preciso ficar colocando todas as informações da pessoa que está recebendo, mas apenas uma dessas chaves já leva a reconhecer os demais dados do indivíduo recebedor.

Os desenvolvedores prometeram desde o início uma alta segurança na utilização do PIX, o que deixou muitas pessoas à vontade para utilizar seus dados para o recebimento de dinheiro no dia-a-dia.

Apesar disso, muitas pessoas têm caído em golpes envolvendo a nova tecnologia. Vale ressaltar, porém, que a tecnologia envolvendo o PIX em si é totalmente segura e os golpes que acontecem acabam envolvendo problemas de privacidade dos dados que o próprio usuário disponibiliza para servir como uma chave PIX.

Como acontecem golpes envolvendo o PIX?

A transferência de dinheiro envolvendo o PIX se mostrou bastante segura ao passo que os meses foram passando após a criação da ferramenta. Mas a forma como os nossos dados acabam sendo expostos atualmente, pode ser um recursos muito útil na mão de criminosos.

Com isso, muitas das informações como CPF e número de celular, por exemplo, que é passado pelo próprio usuário na utilização do PIX, pode acabar se espalhando mais do que o necessário e cair nas mãos de pessoas mal intencionadas.

Nenhum deles conseguirá realizar transferências bancárias em seu nome apenas com esses dados, já que isso só pode ser feito dentro da própria plataforma bancária que só o cliente tem acesso.

Mas esses criminosos podem pegar alguns desavisados, se passando por representantes de agências bancárias ou de instituições importantes, fazendo com que você mesmo acabe fazendo o que eles estão solicitando e entrando em algum golpe sem perceber.

Por que os golpes com PIX aumentaram durante a pandemia?

Pensando nisso, e com o aumento de golpes envolvendo o uso do nome do PIX, a Federação Brasileira de Banco (Febraban) fez uma lista com os principais golpes do PIX que as pessoas eventualmente têm caído nos últimos meses.

A lista divulgada pela Febraban, juntamente com as medidas que devem ser tomadas para evitar que se caia em golpes desse tipo, foram criadas em meio ao acontecimento da 1ª edição da Semana da Segurança Digital de 2021.

A Semana da Segurança Digital de 2021 foi realizada pela própria Febraban, em parceria com o Banco Central, empresas, associações e também com as polícias Civil e Federal. Durante o evento foi levantado algumas hipóteses para os motivos que levaram ao aumento de golpes envolvendo o PIX.

O que se conclui, é que a pandemia em si acabou colaborando para o aumento desses casos, já que durante esse período mais transações online acabaram sendo realizadas, o que também corrobora para o crescimento de golpes.

Principais golpes envolvendo o PIX

Clonagem do WhatsApp

Um dos meios mais utilizados atualmente para aplicação de golpes é pelo WhatsApp. A clonagem do aplicativo é realizada da seguinte forma: O criminoso se passa por alguma empresa ao qual você tem acesso a algum determinado serviço.

A partir daí, se passando por algum representante dessa empresa, o bandido solicita o código de verificação que já foi enviado para sua caixa de mensagens, que serve para transferir o acesso de sua conta do WhatsApp para algum outro dispositivo de celular.

Caso você acabe acreditando e passe o código, o criminoso terá acesso a sua conta do WhatsApp, e poderá enviar mensagens para os seus contatos. Muitos que caíram nesse tipo de golpe perceberam que o padrão acaba sendo parecido.

Geralmente o criminoso que está em poder de sua conta acaba pedindo dinheiro emprestado para seu amigos, parentes e conhecidos, e se algum deles acabar aceitando transferir o dinheiro, acabará enviando para alguma chave PIX de interesse do bandido, ou seja, o dinheiro não irá para a sua conta, mas será solicitado através do seu nome.

Para evitar esse tipo de problema, é interessante que o usuário do WhatsApp tenha preferência em ativar a verificação em duas etapas do aplicativo, e assim, ninguém poderá ter acesso a sua conta se não tiver antes uma senha que foi gerada por essa verificação.

Criação de outra conta no WhatsApp com seus dados e imagem

Nesse caso, a lógica de prática de golpe é a mesma, no qual o criminoso utiliza de sua imagem para conseguir dinheiro de seus amigos, familiares ou conhecidos. Geralmente se usa desculpa de que está em alguma situação de emergência (como se fosse você dizendo isso), e assim muitas pessoas acabam fazendo a transferência e perdendo dinheiro.

Aqui o golpe é ainda mais fácil de ser executado, uma vez que não necessita de nenhum código de segurança seu que dê o aval para que o golpista possa seguir seu plano. O que ele precisa é de alguma foto sua, alguns dados para provar que é você e se ele tiver alguma informação um pouco mais confidencial sua pode conseguir ainda mais êxito no golpe.

A participação do PIX nesse caso, é que o indivíduo golpista pode utilizar o número de celular que ele utilizou para criar uma conta de WhatsApp no seu nome (alegando que você mudou de número por qualquer motivo), e assim criar uma chave PIX com esse número, no qual o dinheiro transferido da vítima acaba indo diretamente para o golpista.

Nunca envie dinheiro para terceiros dessa forma e desconfie de qualquer mensagem que seja lhe pedindo transferência em dinheiro via PIX, e só a faça se tiver certeza que está falando de fato com a pessoa de sua confiança.

Golpe do “Bug do PIX”

Nesse tipo de golpe, os criminosos compartilham vídeos, mensagens e áudios dizendo que é possível que você transfira dinheiro para alguma determinada conta através de alguma chave PIX, e que a partir disso você vai acabar recebendo o dobro do valor que foi enviado.

A explicação que o golpista dá sobre a possibilidade de isso ocorrer, é que há uma falha de segurança de instituições financeiras e do sistema do PIX, já que ainda é uma ferramenta nova. Obviamente que isso não é verdade e o dinheiro transferido será fatalmente perdido.

Na mensagem emitida pelos criminosos, é ressaltado a importância de que para o “bug do PIX” dê certo, é preciso transferir dinheiro em algumas chaves específicas que eles mesmos dão possibilidade. Na realidade, essas chaves pertencem aos próprios criminosos, que receberão o dinheiro em caso de algum desavisado acabar caindo.

Golpistas se passando por representantes de bancos

Com os últimos mega vazamentos de dados que ocorreram recentemente, muitos criminosos acabam tendo acesso às informações de pessoas com uma grande facilidade nos dias de hoje.

Não só dessa forma, mas também apenas de saber uma de suas chaves PIX, sendo elas número de celular ou CPF, é momento saber agência, conta e nome completo do indivíduo apenas iniciando uma transferência via PIX (sem necessidade de concretizá-la para obter esses dados).

Com uma grande quantidade de dados pessoais seus, fica muito mais simples conseguir convencê-lo de que realmente se trata de algum representante do seu banco, e assim, você acaba passando informações ainda mais sigilosas ou até mesmo transferindo dinheiro para esses criminosos.

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O que fazer para evitar cair em golpes no PIX

Desconfie de ligações, mensagens ou qualquer contato que supostamente seja do seu banco solicitando informações ou transferência bancária. Essas instituições não realizam esse tipo de procedimento dessa forma.

Não clique em qualquer tipo de link que você não solicitou, principalmente se for dentro do WhatsApp ou da caixa de entrada do aplicativo de mensagens do celular. Solicitações de links, códigos e senhas são feitos dentro dos aplicativos oficiais das agências e serviços digitais, isso se realmente foram solicitados pelo usuário.

Vale ressaltar que o problema aqui não é passar sua chave PIX para alguém, uma vez que ela é um identificador do recebedor do dinheiro, sendo assim, ninguém consegue lucrar nas suas custas apenas sabendo sua chave. Os problemas acabam sendo específicos que citamos acima.

Uma alternativa para tentar amenizar esses problemas de privacidade é optar pelas chaves aleatórias do PIX para receber os pagamentos e transferências. Além disso, pode ser interessante criar e-mails diferentes para cada conta de banco que se utiliza.

O número de celular e o CPF acabam sendo informações um pouco mais comprometedoras e fáceis de utilizar na elaboração de golpes, mesmo que muitas vezes eles já estejam espalhados por aí, inevitavelmente.

Para evitar que qualquer pessoa tenha acesso a sua foto de perfil do WhatsApp, talvez seja relevante acessar a opção de “configurações”, depois “conta” e “privacidade”. Assim é possível alterar quem vê sua foto de perfil e a última vez que estava online, por exemplo.

Saiba quais são os golpes mais comuns no PIX

Conclusão

O PIX tornou-se uma excelente ferramenta para facilitar o dia-a-dia financeiro dos brasileiros, embora muitas pessoas ainda tenham pouca familiaridade com esse tipo de recurso.

Isso acontece por conta do pouco tempo que a ferramenta PIX está inserida no cenário brasileiro, o que faz com que o seu acesso hoje, embora cada vez mais crescente, ainda não atingiu uma boa parcela da população.

O que acontece é que uma grande parte do Brasil ainda não tem nem sequer acesso de forma facilitada aos meios digitais, o que contribui para a falta de conhecimento sobre as tecnologias e abre-se espaço para a desinformação.

É por isso que um número cada vez maior de pessoas acaba caindo em golpes no PIX, principalmente em meio a um período em que dados como número de celular e CPF acabam sendo tão sigilosos, mas ao mesmo tempo espalhados por aí de uma forma tão simples.

É por isso que é sempre importante buscar a informação de como esses golpes funcionam, e assim, se adotar medidas para se precaver de atividade criminosos que diariamente a sociedade acaba sendo exposta.

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