Justiça determina a falência das empresas do chamado “Rei do Bitcoin”

Nesta segunda-feira (5), houve atualização sobre o caso da empresa conhecida como Grupo Bitcoin Brasil (GBB), que vem se repercutindo desde 2019. Na última semana, foi emitido mandado de prisão ao controlador do grupo, Claudio Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin no Brasil”. Além disso, nesta quarta-feira (07), a juíza Mariana Gluszcynski Gusso decretou falência da empresa, após investigações.

A Polícia Federal então finalizou a chamada operação Daemon. A operação teve como objetivo o aprofundamento da apuração da prática de crimes falimentares, de lavagem de capitais, organização criminosa, estelionato, formação de quadrilha, dentre outros. Além de investigar um desvio de mais de R$ 1,5 bilhão em negociações envolvendo Bitcoin e outras criptomoedas.

Detalhes da operação do “Rei do Bitcoin”

A operação responsável por prender Cláudio, o Rei do Bitcoin, e sua esposa Lucinara, foi composta por cerca de 90 policiais federais. Se tinha 22 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva e 4 de prisão temporária. Todos expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR. Além de, decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores.

A investigação teve início em 2019 com atuação da Polícia Civil, quando a GBB teria fraudado milhares de clientes após supostamente travar o saque e não devolver o dinheiro. Entretanto, em maio de 2019, o empresário alegou que a empresa havia sido alvo de hackers.

A Partir disso, o grupo entrou com pedido de recuperação judicial, para reorganizar as finanças e pagar os credores para evitar futura ruptura. Todavia, Oliveira, Rei do Bitcoin, nunca conseguiu comprovar tal invasão e teria negado colaboração com a investigação.

No início de 2020, o grupo teria começado a oferecer ao público, contratos de investimento coletivo sem registro, em parceria com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM). A partir disso, houve o redirecionamento da investigação para a Justiça Federal.

Assim, a Polícia Federal começou a conduzir a investigação. Com a investigação mais apurada foi constatado o que o seria o envolvimento do grupo em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.

Envolvidos até o pescoço

Os que estariam envolvidos no crime, entre eles, o Rei do Bitcoin, arriscaram na venda da imagem de sucesso que o grupo passava, exibindo os bens luxuosos e a realização de grandes eventos. Todavia, de maneira supostamente desleal, os valores ingressos na plataforma virtual eram diretamente desviados para o fundo pessoal do casal e de outros membros da quadrilha.

Além disso, a polícia federal informou que o líder do grupo, já havia sido condenado anteriormente por crimes de estelionato e falsificação de documentos na Suíça. Ainda sobre a investigação, a PF notou que os valores foram movimentados no sistema, não condizem com a realidade.

Sendo assim, os clientes observavam o que seria uma falsa posição de seus investimentos, de forma que, desde a filiação seriam empregados de maneira indevida, a fim de aumentar o lucro dos gestores.

Além disso, foi divulgado que o líder da organização servia-se de relações com outros investigados. O objetivo seria movimentar e gerir recursos e bens aos limites do controle do Juízo Falimentar. Ademais, segundo a estimativa realizada pelo administrador judicial do processo de recuperação judicial, o valor devido pelo grupo seria de cerca de R$ 1,5 bilhão, o que totalizaria mais de 7 mil credores fraudados.

Segundo Cláudio Oliveira, o mesmo possuía cerca de 7 mil unidades de bitcoin, patrimônio suficiente para quitar as dívidas decorrentes dos bloqueios realizados em maio de 2019. Todavia, tal artifício seria sido utilizada para ludibriar o administrador judicial e o juízo falimentar, apresentando uma carteira de bitcoins que nunca teria realmente sido sua.

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