Em cenário de juros baixos, hipotecas crescem e imóveis superam crise

Com o cenário de grande volatilidade do mercado de ações e uma grande incerteza no setor financeiro em meio a pandemia e a consequentemente crise econômica, muitos setores da economia tiveram e ainda terão uma grande recessão.

Algumas ações tiveram seus picos de valorização mesmo em meio a crise, entretanto, tiveram uma grande queda logo em seguida. Alguns especialistas dizem que essa queda é apenas o começo, pois teremos declínios ainda mais acentuados no mercado de ações, motivado pelo comportamento usual do mesmo em meio a grandes crises.

Muitos investidores do setor de tecnologia, por exemplo, tem observado desvalorizações de suas carteiras nos últimos pregões. Isso foi de grande ensinamento aos acionistas de primeira viagem, que recentemente entraram no mercado variável e de alto risco.

Entretanto, em meio a essas incertezas, acionistas acabaram migrando seu capital para um dos setores que acabou sobrevivendo em meio a isso e até mesmo se desenvolvendo ainda mais que foi o setor imobiliário.

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Essa migração tem como base, a busca de uma maior segurança em meio ao aumento do risco proposto pelas variações em montanha-russa do mercado de ações. Nos EUA, os pedidos de hipoteca têm crescido muito, devido às taxas baixíssimas de juros e isso é uma tendência que deve-se seguir mesmo após o fim da pandemia.

Com essa tendência citada de baixos juros, o setor imobiliário muito provavelmente poderá ser um dos poucos setores que saem bem em meio a toda essa crise, que ainda não tem tempo certo de acabar. Com a demanda maior por procuras de compra de imóveis, as vendas também subiram, o que fizeram com que o preço dos imóveis se valorizassem.

Estima-se que nos EUA houve um aumento de 13% nos preços dos imóveis este ano, em relação ao ano anterior.

preço dos imóveis nos EUA
Preço dos imóveis nos EUA. Fonte: Fred

Essa valorização fez com que cada vez mais as pessoas buscassem imóveis mais baratos, ou seja, abrissem mão de alguns bairros urbanos caros e buscassem casas em bairros onde há menos povoação, nos chamados subúrbios, por serem mais baratos. Curiosamente, esse fator causou um acentuado êxodo dos grandes centros urbanos para o interior.

No Brasil essa demanda não é diferente. Mesmo em meio a crise formada durante a pandemia, a Datastore Séries mostrou em pesquisa, que ainda 11 milhões de famílias tem pretensão de comprar imóvel nos próximos 2 anos.

Além disso, 60% dos entrevistados de usuários da OLX afirmaram que o interesse pela compra de imóvel permaneceu mesmo no período que vivemos.

Outro ponto importante é que segundo dados da CBIC, pode-se prever que vai haver um aumento significativo nas novas unidades de imóveis ainda esse ano.

Algo importante a se ressaltar em meio a tudo isso é que a busca de adaptação do setor imobiliário em meio ao “novo normal”, talvez tenha sido o grande diferencial dos resultados positivos nesse sentido.

O investimento e busca por novas tecnologias, ferramentas digitais e digitalização dessa área de mercado tem passado por avanços notáveis, tornando possível este crescimento e, como dito, o crescente aumento de demanda e valorização dos preços, consequentemente.

Algo que especialistas têm temido, é que o valor desses imóveis fiquem altos demais, uma vez que nesse momento, consegue-se notar que o aumento do preço das vendas de imóveis acompanham a demanda pelo mesmo, mas, em outro período futuro, essa valorização dos imóveis em excesso pode tornar a vida dos compradores e construtores cada vez mais difícil.

Sendo assim, muitos dos que constroem novos imóveis vão desejar que o mercado imobiliário consiga esfriar de alguma forma, para que a elaboração de novos imóveis seja viável.

Embora esse esfriamento do mercado imobiliário seja previsto para 2021, é preocupante até onde a valorização pode chegar, porque pode tornar a compra e construção de imóveis praticamente inviável até lá e isso tem sido algo que o setor terá que passar por uma nova adaptação.

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