Diferenças entre o Open Banking e o Open Finance

Uma das grandes novidades discutidas esse ano é sem dúvidas o Open Banking. Que depois do PIX, tem sido colocado como a próxima grande mudança de impacto no nosso sistema bancário. 

Como já explicado aqui nesse artigo, o Open Banking promete democratizar o acesso aos dados do usuário. Entregando a decisão de compartilhamento de seus dados de volta para as mãos do usuário.

Com isso em mente, o fator novo aqui é o Open Finance, que potencializa agora os benefícios do tão já falado Open Banking. Mas afinal de contas o que seria então, o Open Finance? No artigo de hoje abordaremos esse tema. Que representa uma grande evolução do próprio conceito de Open Banking e em breve estará fazendo parte do nosso mercado. 

O que é o Open Finance?

Primeiramente é importante deixar claro que esse conceito incorpora a ideia de Open Banking. Em outras palavras, o intuito do Open Finance é incluir não apenas os bancos (que sem dúvidas, concentram a maior parte de todas as operações Financeiras por aqui), mas também outras instituições financeiras como corretoras, companhias de câmbio, fundos de previdência, etc. 

A posição do Bacen reflete uma tendência internacional de estimular a concorrência. Que é fazer com que todo sistema bancário também disponibilize as informações de produtos bancários para todo público consumidor. 

Ou seja, o objetivo é ampliar o conhecimento aos dados. Dessa forma, capacitando assim consumidores e empresas a acessarem, modificarem e se beneficiarem de todos os dados disponíveis por essas instituições. 

Qual a diferença entre Open Finance e Open Banking?

Open

Essa é uma pergunta pertinente. Afinal, embora um sistema seja praticamente a evolução do outro, a grande diferença fica por conta da abrangência. Nesse sentido, enquanto o Open Banking aborda o conjunto de bancos e fintechs, o Open Finance amplia as possibilidades trazendo os benefícios do Open Banking para todo mercado. 

Resumidamente, o Open Banking, abre a possibilidade para que o cliente de produtos financeiros compartilhe seus dados entre bancos e fintechs autorizadas pelo Banco Central no Brasil.

Nesse sentido, esse projeto se inspira em um modelo implementado na Europa, mais especificamente no Reino Unido, as informações que são compartilhadas nesse caso são, dados da conta, saldo, extrato e movimentação. 

Com isso, segundo o Banco Central haverá mais competição. Dado que as instituições participantes poderão dessa forma oferecer produtos mais adequados e considerando o que vem sendo oferecido pelo concorrente. 

Já o Open Finance, além de permitir o compartilhamento de todas essas informações, permite que plataformas de investimentos, corretoras de seguro, fundos de pensão e previdência, dentre outras. Possam também compartilhar essas informações. Com isso, é possível que novos modelos de serviço surjam a partir disso.

Em outras palavras, o Open Finance deve promover um grande salto de possibilidades no sistema Financeiro na totalidade. Promovendo o acesso democrático às informações e possibilidades de serviços financeiros mais customizados para cada perfil. 

Quais são as vantagens do Open Finance?

As vantagens da abertura do sistema financeiro são diversas. Tanto do ponto de vista do cliente, como das instituições. Sendo assim, separei esses dois pontos com detalhes para ser melhor explicado. 

Para os clientes

Primeiramente para os clientes, podemos dizer que o Open Finance devolve o controle dos seus dados para a mão destes. Contudo, o que se tinha antes era uma retenção dos dados pela instituição, até para garantir o sigilo bancário. 

No entanto, na prática, a proteção desses dados implica em uma grande vantagem competitiva para a instituição. Ou seja, o Banco pelo qual o cliente realiza suas movimentações consegue perceber melhor, qual é o perfil desse cliente, dessa forma oferecendo produtos mais adequados. 

Para as empresas

Do ponto de vista da empresa, os benefícios são os acessos aos dados dos clientes (claro, com consentimento deste). Além disso, através de uma api (plataforma com ‘interface’ padronizada), será muito mais fácil para instituições realizarem parcerias com intuito de angariar mais clientes. 

Ou seja, é bem provável que haja uma certa “União” entre algumas companhias. Dado que agora o cliente terá um leque de opções para escolher. Dessa forma, em vez de oferecer todos os tipos de serviços, é provável que vejamos serviços mais serviços especializados e parcerias para fornecimento de outros. 

Plataforma de uso integrado (API)

Tanto o Open Banking quanto o Open Finance, se baseiam no uso de uma plataforma integrada, também conhecida como API. Essa sigla vem do inglês e significa interface de programação de aplicações. Ou seja, são pequenas aplicações que podem acessar um sistema maior, e é através de um api criado para este fim pelo Banco Central, que o sistema financeiro irá realizar essas trocas de informações. 

Em outras palavras, esses pequenos aplicativos podem se comunicar com outros sistemas sem a intervenção do usuário, de maneira que todas as informações fiquem centralizadas numa única plataforma. 

Qual o impacto dessa novidade no sistema financeiro

Com essas mudanças, teremos um impacto forte no sistema financeiro como um todo. Com isso, a competição e a transparência devem aumentar nas operações. As instituições financeiras terão que pensar em estratégias para cativar e manter os clientes. 

Pois, com o sistema financeiro aberto, os clientes podem simplesmente comparar cada serviço e escolher aqueles que se adéquam as suas necessidades e objetivos, independente de qual é a instituição. 

Conclusão

Por fim, como percebido no artigo, a implementação do Open Finance trará uma série de mudanças importantes para o nosso sistema financeiro. Devolvendo os dados para o cliente e trazendo uma concorrência mais justa para todo mercado.

Além disso, é importante não dar atenção às notícias falsas que vem circulando sobre esse serviço, assim como o pix, tanto o Open Banking quanto o Open Finance, são alvos de “fake news”. Por isso, é sempre bom lembrar sobre a checagem de informações. Dado que não há nenhuma facilidade de roubo ou mal uso das informações presentes nesse novo sistema.

Portanto, fique atento para os novos capítulos dessa revolução que deve trazer mais dinamismo às operações e ajudar a reduzir essa intensa concentração bancária em pouquíssimas instituições que há no Brasil.

Veja também: As consequências da alta dos juros no mundo

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