Desemprego chega a 14,4% no Brasil, segundo IBGE

A nova taxa de desemprego ficou em 14,4% referente ao trimestre encerrado em fevereiro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).

Outros dados importantes foram obtidos através da pesquisa sobre o desemprego. Entre eles, o número recorde de 6 milhões de brasileiros que desistiram de procurar uma ocupação no mercado de trabalho.

Atualmente, são registrados cerca de 14,4 milhões de pessoas desocupadas. Apesar de haver uma estabilidade na taxa de ocupação, neste trimestre não houve uma geração significativa de postos de trabalho. Mas o número de desempregados teve uma alta de 2,95% no período.

Desta forma, o número de desempregados aqui no Brasil é o maior em quantidade desde 2012, que foi o início da série histórica da Pnad Contínua. Além disso, é importante destacar que na outra ponta, o mercado volta a repetir a preponderância do trabalho informal.

Quando consideramos o resultado para o período de 1 ano, o número de desempregados aumentou em 16,9%. Isso leva a uma estimativa de 2,1 milhões a mais de pessoas sem trabalho. É importante ressaltar que o IBGE considera como desempregados apenas os trabalhadores que efetivamente procuraram emprego nos últimos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.

Os dados sobre trabalhadores autônomos

Apesar do número de desempregados ter atingido um recorde, o número de trabalhadores autônomos obteve uma alta de 3,1%, isso quando comparado com o trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020.

O número de trabalhadores autônomos aumentou 716 mil pessoas, comparando essa nova pesquisa ao mesmo trimestre do ano passado. Já as demais categorias permaneceram em relativa estabilidade. O número de brasileiros nesta categoria ainda é 3,4% menor do que o observado há um ano, quando tínhamos 824 mil pessoas.

Quando analisamos o número de empregados com carteira de trabalho assinada, nota-se que o mesmo ficou estável frente ao trimestre anterior. O número de pessoas nesta categoria é de 29,7 milhões. Desse modo, ocorreu uma queda de 11,7% quando comparado ao mesmo período de 2020.

O desemprego sobe, mas a renda média cai

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, pode-se ver uma queda de 7,4% na massa de rendimentos no Brasil. Isso representa um montante de R$ 16,8 bilhões. Sendo assim, a renda média habitual recebida caiu 2,5% no trimestre que se iniciou em dezembro de 2020.

Segundo o economista André Perfeito da Necton: “nos chama atenção o recorde na população desocupada que atingiu nada menos que 14,4 milhões. Isto reforça a perspectiva que o mercado de trabalho está frágil e assim a demanda doméstica não pode ser considerada um motor do PIB para este ano”.

Por conta do agravamento e endurecimento da pandemia aqui no Brasil, os indicadores têm mostrado uma queda no ritmo das atividades econômicas e do nível de confiança de empresários e consumidores no início deste ano de 2021.
Segundo o economista, apesar dos números não serem nada agradáveis para a taxa de desemprego, ele avalia que melhoras mais consistentes só deverão chegar no segundo semestre, mas com uma condição. Este resultado mais positivo só deve aparecer se houver avanço na vacinação aqui no Brasil.

Nesta quinta-feira (29), o Brasil atingiu a marca de 400 mil mortos pelo coronavírus. O mês de abril foi o mais letal, com 2 mil vítimas diárias. Portanto, isto nos mostra que ainda estamos em um caminho lento em relação à recuperação, que poderia vir com dados mais otimistas em relação à renda e diminuição do desemprego.

Veja também: Gás natural subirá 39% após governo fracassar em negociação

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