CVM pode liberar fundos 100% expostos em Bitcoin e criptomoedas

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está intencionada a liberar investimentos de grande porte para investidores interessados, mesmo que sem qualificação comprovada. A grande novidade é a inclusão de carteiras com fundos 100% expostos a criptomoedas, especialmente o Bitcoin.

Atualmente os investimentos mais complexos e em fundos com maior risco, como o de Bitcoin (e de outras criptomoedas), são restritos a investidores qualificados, ou seja, que possuem mais de 1 milhão em ativos. Todavia, após um estudo realizado, a Comissão concluiu que a flexibilização retornaria maiores benefícios ao mercado.

O mercado de investimentos é um ramo que vem crescendo e amadurecendo exponencialmente com o passar do tempo no Brasil. Em 2017, por exemplo, o número de investidores brasileiros era cerca de 620 mil, que neste ano já ultrapassou a marca de 4 milhões. Tal crescimento contribuiu para a decisão da abertura do mercado para investidores comuns, por parte da CVM.

A expansão que vem acontecendo, traz com ela uma maior compreensão por parte dos investidores elementares sobre o funcionamento de títulos de dívida, mercado de ações, ativos na Bolsa de Valores e a área de investimentos nas moedas digitais. Um fator que contribuiu para isso, foi a popularização das plataformas de educação financeira que criaram uma geração de investidores mais consciente e preparada.

Investimentos com exposição a criptomoedas

Apesar da expansão que vem ocorrendo no mercado, o Brasil ainda possui boa parte dos investimentos individuais aplicados em fundos de pouco rendimento, como a poupança, por exemplo. Com a liberação para pequenos investidores, a esperança é de que essas aplicações migrem para fundos com maiores rendimentos.

Um dos fundos que podem ser liberados a pequenos investidores é o de ETFs, fundos de investimento que têm como referência algum índice da Bolsa de Valores, com uma exposição de 100% a criptomoedas, principalmente o Bitcoin.

Na atualidade,os investimentos em fundos com exposição a criptomoedas são destinados apenas a aplicadores com pelo menos R$ 1 milhão em ativos, como no caso do ETF 100% Bitcoin que foi lançado na Bolsa a menos de 2 meses. A previsão da CVM é de que em até 18 meses as mudanças para a liberação tenham sido concretizadas.

Uma grande possibilidade que existe é da CVM seguir os passos dados pelos Estados Unidos, que permitem 15% das aplicações dos investidores de varejo em empresas fechadas, como uma maneira de apoiar os investimentos em diferentes fundos.

Mas afinal, o que é o Bitcoin?

O Bitcoin é uma moeda digital ou criptomoeda, sendo a primeira criada no mundo, e pode ser usado para a compra de serviços, produtos e quaisquer outros itens em estabelecimentos que aceitem ser pagos com ele.

O bitcoin é uma moeda descentralizada, isso significa que, além de não ser regulado por governos, bancos ou empresas, é possível comprar, enviar e receber bitcoins sem nenhum intermediário, como bancos ou emissores de cartão de crédito.

Para explicar, Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin: A moeda na era digital”, faz uma analogia bem simples: “O que o e-mail fez com a informação, o Bitcoin fará com o dinheiro”. Antes da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar uma mensagem a quem estivesse em outro lugar. Com a internet, isso é feito através das redes, sem necessitar de intermediários.

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