Criptomoedas mineradas no Irã poderão pagar importações no país

Não é de hoje que o Irã vem se adaptando as criptomoedas, em outubro do ano passado, o governo iraniano alterou seu regulamento para permitir que o Banco Central financie as importações com Bitcoin extraídos no país. As criptomoedas mineradas deveriam, no entanto, ser vendidas diretamente ao Banco Central. 

Em janeiro deste ano, Shahab Javanmardi, membro da Câmara de Comércio das Indústrias de Mineração e Agricultura do Irã, defendeu que o governo usasse a criptomoeda para ajudar a conter as dificuldades comerciais em um clima geopolítico difícil. 

Hoje (27), o Banco Central do Irã (CBI) passou a permitir o pagamento de importações com criptomoedas extraídas no país. Enquanto isso, um projeto de lei está sendo redigido para fornecer clareza regulatória sobre atividades relacionadas à criptoeconomia.

O interesse da exploração do Irã  pelo potencial uso das criptomoedas funciona como uma ferramenta para mitigar o impacto devastador das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, o objetivo é  fazer com usadas por empresas iranianas para pagar por importações, como matérias-primas e eletrônicos.

O Irã vivencia sua pior crise econômica em 42 anos e sofre a ameaça de um levante generalizado, com potencial até mesmo para levar à derrubada de todo o regime. Além disso, o avanço tecnológico na área militar do Irã está preocupando  diversos especialistas em segurança, que cogitam a possibilidade de Teerã ser capaz de criar um míssil balístico intercontinental, idêntico aos desenvolvidos pela Coreia do Norte.

Veja também: A mineração de Bitcoin pode ser sustentável?

Limitação de criptomoedas são impostas no país 

No entanto, apesar de ser encorajada pelas autoridades, a indústria de criptomoedas do Irã, passou por algumas turbulências, onde mais de 1620 fazendas ilegais foram fechadas em massa, e as autoridades locais se apressaram em culpar o setor de mineração por interrupções de energia em janeiro deste ano. 

A medida do país só não foi mais invasiva para com os mineradores do que a ação tomada pelo governo da Venezuela, que obrigou que a mineração de criptomoedas fosse realizada apenas através da pool estatal do país.

Apesar das limitações impostas pelo país, o Irã se torna o primeiro estado a oficialmente acumular Bitcoin em suas reservas. Após isso, a petroleira estatal russa Gazprom iniciou operações para minerar BTC com a energia excedente da extração de petróleo e gás.

De acordo com sua estrutura regulatória, a criptomoeda deve derivar apenas de criptomoedas licenciadas. Essas operações de mineração são  oficialmente permitidas pelo Estado iraniano como atividade industrial  e exigem que os operadores obtenham uma licença do Ministério da Indústria, Minas e Comércio. 

Em suma, Javanmardi propôs a criação de um mercado central, semelhante ao mercado cambial secundário, por meio do qual a criptomoeda extraída oficialmente poderia ser vendida a empresas iranianas que buscam importar materiais, máquinas e outros bens.

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