Conheça a Madero, rede de restaurantes que protocolou IPO

A pandemia atingiu com força o setor de restaurantes. Altamente dependente de suas lojas físicas, as empresas viram suas receitas despencarem do dia para a noite. Com altos custos para manter suas lojas, as dívidas dessas empresas aumentaram exponencialmente.

Contudo, na proximidade de reabertura plena da economia, nascem as expectativas de que o setor possa retomar a plenitude de seus negócios. Este é o caso da rede de restaurantes Madero.

O Madero é um dos restaurantes mais conhecidos do segmento, fornecendo hambúrgueres gourmet, tem sua atuação espalhada por todo o território brasileiro. Além disso, o Madero tem restaurantes também localizados nos Estados Unidos. Não à toa, a marca utiliza a logo “The Best Burger in the World”.

Sendo assim, neste artigo iremos tratar um pouco da história da empresa e qual é a sua estratégia para a utilização dos recursos que serão captados IPO. Falaremos também sobre como funciona o modelo de negócios da empresa e como a pandemia impactou suas atividades.

A história do Madero

O grupo Madero foi fundado em 2005, por Junior Durski e possui inúmeras marcas sob seu chapéu. Entre elas, podemos citar o próprio Madero, Jerônimo Burguer e Madero Café.

A primeira unidade do Madero foi inaugurada no centro histórico de Curitiba. Hoje em dia, são mais de 200 restaurantes espalhados pelo Brasil, contando com mais de 6.700 funcionários.

Nesse sentido, Durski transformou sua paixão pela cozinha em negócios. O próprio fundador é ainda responsável pela elaboração do cardápio, preparação dos pratos e combinações de sabores do Grupo Madero. Contudo, ele é formado em direito e já foi vereador, madeireiro e garimpeiro na Amazônia.

Com isso,a marca é conhecida pela operação de dois principais modelos de negócio, o Steak House (casual dining) e Container (fast casual). Além disso, realiza a produção de cheeseburger gourmet, o carro-chefe da companhia, além de carnes, massas, etc.

Além de Junior Durski, o Grupo Madero conta com outros acionistas. Em 2019, a empresa recebeu um aporte de R$ 700 milhões do Madrid Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia.

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A estratégia da empresa

Como forma de aumentar suas receitas e lucros, a empresa pretende realizar uma sequência de iniciativas chaves para atingir seus objetivos. Nesse sentido, pretende realizar a expansão da rede de Restaurantes Madero através do Madero Steak House e Madero Container. 

Contudo, as unidades estão fragmentadas por todo o território brasileiro. Sendo assim, a empresa acredita que há espaço para ser ocupado pela marca Madero, com potencial para atingir a marca de 400 restaurantes de ambos os conceitos ao longo de 10 anos.

Nesse sentido, a empresa também pretende acelerar o Jeronimo, através do aumento do número de restaurantes. O Grupo Madero entende que o Jerônimo tem o maior potencial de crescimento entre as marcas do grupo. Segundo estimativas da empresa, existe potencial de abrir 700 restaurantes nos próximos 10 anos. 

Além disso, há a necessidade de impulsionar aumento das vendas através do aumento da frequência e o ticket médio dos clientes. Também pretendem estender a marca a novos clientes. Outra forma de aumentar as vendas é realizando vendas através do delivery para todas as marcas.

Por fim, a inserção da digitalização em sua cadeia de fornecimento irá proporcionar a expansão das margens operacionais da empresa. Com essa estratégia, a empresa pretende retomar o caminho do cenário pré-pandemia.

IPO do Madero

Desde 2020, a empresa vinha tendo pretensões de abrir seu capital, contudo esses planos foram adiados devido à pandemia. Na época, as pretensões da empresa era atingir um valor de mercado de aproximadamente R$ 8 bilhões. Inclusive, havia planos de trocar o IPO na B3 pela Nasdaq.

Nesse sentido, após todo o cenário que se estabeleceu com a pandemia, a empresa estima captar R$ 7 bilhões em seu IPO. O valor arrecadado será utilizado para o pagamento de contratos financeiros, expansão da rede de restaurantes e renovação da frota e cozinhas centrais.

Em relação às dívidas, são cerca de R$ 2,4 bilhões em obrigações com bancos, fornecedores e tributos. O problema é que 31% da dívida vence em um curto prazo de um ano.

Inclusive, no balanço do primeiro trimestre deste ano, a companhia chegou a informar que, por falta de garantias, “há dúvidas substanciais sobre a capacidade da companhia de continuar em funcionamento”.

Por fim, a oferta inicial de ações está sendo coordenada pela BTG Pactual, Bank of America, Bradesco BBI, Itaú BBA, UBS-BB e JPMorgan. O IPO também servirá para que os sócios da companhia, incluindo o fundo Caryle, de private equity, venda sua participação na empresa.

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Resultados do Grupo Madero

Entre 2018 e 2019, a receita líquida do grupo saltou 29%, para 888,9 milhões. Mas, como era de se esperar com impacto da pandemia, em 2020 a empresa registrou redução da receita líquida, atingindo o valor de R$ 795,8 milhões.

Nesse sentido, entre 2018 e 2019 teve redução do prejuízo líquido de R$ 109,2 milhões para R$ 26,6 milhões. Porém, já no ano de 2020, o prejuízo divulgado da empresa foi de R$ 249 milhões. O prejuízo seguiu para o primeiro semestre de 2021, totalizando o valor de R$ 90 milhões.

Contudo, a empresa já afirmou no prospecto enviado a CVM que as vendas já alcançaram níveis similares ao de pré-pandemia. Um bom sinal para futuros investidores.

Conclusão

Embora a própria empresa tenha colocado em cheque sua capacidade de se manter operando, a captação dos recursos do IPO pode projetar o Madero para uma saída positiva. Detentora de uma marca forte, a empresa pode se beneficiar com a iminência plena abertura das atividades econômicas em um cenário pós-pandêmico.

Contudo, ainda há incertezas sobre esta reabertura, devido à chegada de novas cepas da Covid19 que tem assombrado os países. Uma extensão do período de restrições se apresenta como risco para o segmento de restaurantes, podendo representar falência de diversos.

Nesse sentido, é necessário que o Grupo Madero pense em um cenário que consiga mitigar este risco, de forma a manter a saúde do caixa.

Com isso, é necessário acompanhar a movimentação do cenário de pandemia e as ações do próprio Grupo Madero em relação às suas estratégias. Com uma marca forte e um IPO bem-sucedido, espera-se que a empresa passe a retomar sua posição de protagonismo na linha de hamburguês gourmet. 

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