Bitcoin ou Forex: Qual é melhor para fazer trade?

O Forex atualmente é um mercado que movimenta quantias volumosas de dinheiro ao redor do mundo, sendo procurado por grandes investidores. Mas assim como o Bitcoin e as criptomoedas, foi um mercado bastante desacreditado e criticado em seu início, embora com o passar dos anos se provou um tipo de investimento muito relevante no mercado.

Quando o Forex foi introduzido como um derivado para negociação no mercado muitos conflitos e preocupações foram colocados em pauta. Porém, mais de 20 anos depois desse início, o Forex é conhecido por ser um dos maiores tipos de investimentos em volume do mundo.

O Forex se trata de um mercado global descentralizado que por sua vez, suporta o comércio de todas as moedas do mundo. Comumente é relacionado ao termo câmbio, onde é mais falado nos noticiários e na mídia tradicional.

Agora, embora bem mais jovem, o mercado de criptomoedas, principalmente quando se trata do Bitcoin, tem ganhado seu espaço no mercado, e vem aos poucos construindo seu gigante crescimento.

O surgimento do Bitcoin: O que justifica sua alta impressionante ao longo dos anos?

Quando o Bitcoin surgiu em 2009, nem mesmo os seus criadores e entusiastas do projeto sabiam ao certo se um dia ele teria algum valor de mercado. Ele se iniciou do zero, e hoje tornou-se um dos ativos mais procurados por investidores desde então, não só pela sua alta tecnologia e características, mas também por sua forte valorização ao longo dos anos.

Nesse primeiro ano do Bitcoin, uma das maiores dificuldades encontradas foi saber exatamente até que preço ele poderia chegar em algum momento do futuro. Apesar da precificação que era feita pelos desenvolvedores, a falta de transações efetivas com moedas fiduciárias dificultava se fazer essa equivalência de forma mais assertiva.

Foi em maio de 2010, quando surgiu a primeira notícia que se tem referente à uma cotação do Bitcoin. Um rapaz divulgou em um fórum de discussão sobre Bitcoin a proposta de que quem comprasse 2 pizzas e pedisse para entregar em sua casa, ele pagaria 10 mil Bitcoins por esta compra.

Bitcoin ou Forex: Qual o melhor investimento?

No preço do Bitcoin registrado na data em que esse artigo é escrito, ou seja, por volta dos US$55 mil, essas duas pizzas chegaram a ser vendidas no valor de US$388 milhões ou pouco mais de R$2,13 bilhões, que com toda certeza foram as pizzas mais caras da história.

O Bitcoin no início não era um mercado com liquidez, e também não haviam organizações que pudessem precificar o quanto um Bitcoin poderia valer. Seu valor estava intrinsecamente ligado às forças de mercado, ou seja, quem determinava o quanto valia um Bitcoin, na verdade era quem procurava por ele (compradores) e quem ofertava a criptomoeda (vendedores).

Mas o que faz as pessoas procurarem o Bitcoin no final das contas? Principalmente por todas suas qualidades, benefícios e toda tecnologia que está envolvida em seu funcionamento, que é diferente de qualquer moeda fiduciária de governo que vemos por aí atualmente.

Comparado com essas outras moedas, como dólar, euro ou a oficial de qualquer país, o Bitcoin é a forma mais rápida, segura e barata de se enviar dinheiro entre países diferentes, atravessando fronteiras com muito mais facilidade, mesmo levando em conta pagamentos com dinheiro vivo ou cartão.

Essa possibilidade de benefícios, que inclui a ausência de intermediários na transação, baixas tarifas, confiabilidade no sistema (que por si só é livres de fraudes), além de ser uma moeda livre dos problemas causados pela inflação e emissão excessiva de novas moedas, acabou atraindo as atenções para essa criptomoeda que é tão falada atualmente.

Um fator muito importante para que algum ativo tenha valor real de mercado no mundo físico ao longo do tempo, é a escassez. O ouro, conforme vai sendo extraído, mais difícil serão as novas extrações do mesmo, e menor será o estoque de ouro pelo mundo.

O mais interessante na ideia de criação do Bitcoin, é justamente por ser o primeiro ativo a conseguir ter uma escassez autêntica no mundo digital, o projeto do Bitcoin em si, propõe que o número de Bitcoins emitidos não deve ultrapassar os 21 milhões de unidades. Além disso, não há como duas pessoas terem o mesmo Bitcoin em posse de si mesmas.

Mas e as outras criptomoedas além do Bitcoin?

Com a ascensão do Bitcoin, diversas outras criptomoedas foram sendo criadas. Mas se engana quem pensa que todas elas são voltadas à mesma utilização. Cada uma das criptomoedas tem um projeto por trás, atendendo a uma demanda do mercado.

Além disso, cada uma dessas criptomoedas tem uma empresa por trás, uma tecnologia associada, além de diversas outras características importantes como taxa de transação e agilidade nos processos de operação.

Cada um dos projetos tem o intuito de trazer algo novo para o criptomercado, pelo menos na teoria. Mas para se destacar nos dias de hoje, as criptomoedas precisam realmente trazer algo inovador ou ter o intuito disso.

É o que acontece com o projeto do Ethereum, por exemplo. O Ethereum é a segunda criptomoeda mais conhecida no mercado, mas não apenas isso, tem o segundo maior valor de mercado dentre todas as criptomoedas existentes.

Segundo dados do CoinMarketCap, o mercado de criptomoedas tem uma capitalização de aproximadamente US$1,7 trilhão e só vem aumentando com o passar do tempo, enquanto grandes investidores vão conhecendo e gerando confiança neste mercado.

Bitcoin ou Forex: Qual o melhor investimento?

Vale ressaltar que cerca de 60,3% desse mercado de criptomoedas é tomado pelo Bitcoin, enquanto 12% é da ethereum. Os outros 27,7% estão espalhados entre as mais de 8850 altcoins existentes e listadas até o momento.

Forex: O maior mercado do mundo

Segundo dados do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), até o final de 2019, o mercado Forex tinha um valor de mercado de US$2,409 quatriliões, dos quais cerca de US$6,6 trilhões são negociados todos os dias nos mercados de câmbio.

Comparando com o ano de 2016, que o valor de mercado era US$1,934 quatrilhão, o crescimento do Forex foi de 24,5% em aproximadamente 3 anos, e a partir disso, só vem crescendo desde então.

Vale ressaltar que o Forex se trata atualmente do maior mercado do mundo considerando-se tanto liquidez, valor e também volume de negociação, ao passo que funciona 24h por dia, exceto aos finais de semana, bem diferente da bolsa de valores que apresenta horário para abrir e fechar o pregão todos os dias.

O mercado Forex oferece a você a possibilidade de investir em mais de 170 moedas diferentes, sendo assim, você pode se expor ao mercado e as variâncias dos mais diversos países do mundo.

Apesar disso, o dólar americano (USD), moeda de maior lastro internacional no sistema financeiro que se apresenta nos tempos atuais, representa cerca de 88% de todo esse mercado de Forex e trocas cambiais.

Veja também: 5 motivos para ficar otimista com bitcoin e as criptomoedas

Por ser o maior mercado do mundo, o Forex acaba sendo utilizado por grandes empresas e instituições, multinacionais, além de grandes fundos de investimentos, atraindo a atenção de diversos gestores ao redor do mundo.

O mercado Forex acaba ficando bastante concentrado em volume em alguns países em específico, entre eles destacamos, por exemplo, o Reino Unido, que como mostram os dados até o final de 2019, tinha participação de 43,1% sozinho de todo esse mercado.

Os Estados Unidos ficam com a segunda colocação deste ranking, com 16,5% de participação, enquanto os terceiro e quarto colocados ficam com 7,6%, com participações iguais entre Cingapura e Hong Kong. Veja a tabela a seguir:

Posição maiores centros de negociação Forex (2019)

Bitcoin ou Forex: Qual o melhor investimento?

Das mais de 170 moedas disponíveis no Forex, segundo os mesmos dados obtidos, dos 7 principais pares de moedas utilizadas nesse mercado, todos têm relação com o dólar americano.

De todas as negociações que são realizadas no Forex, 88% delas são feitas envolvendo o dólar e 32,3% envolvem o Euro. As moedas de países emergentes, todas juntas somadas, representam cerca de 1/5 do volume dessas negociações.

Semelhanças e diferenças entre o mercado de criptomoedas e o Forex

Primeiramente, vamos nos atentar a algumas semelhanças entre os dois tipos de mercado, mesmo que isso não seja de cara visto de forma mais contundente.

1) Variação com oferta e demanda: Os dois mercados seguem de forma parecida as leis de oferta e demanda no mercado, porém vale a pena ficar atento também ao fato de que fiduciárias do Forex apresentam intervenções do governo, que podem emitir mais ou menos daquela moeda. De qualquer modo, a oferta e demanda acabam sendo cruciais aqui para determinação de preço em sua maioria.

2) Uso de plataformas digitais: As operações assim como a comercialização de moedas, tanto nas criptos como no Forex podem ser realizadas pela internet, através de plataformas próprias de negociação.

3) Liberdade geográfica: Quem comercializa ou opera tanto criptomoedas, inclusive o Bitcoin, quanto o mercado Forex, consegue ter acesso a um mercado que funciona de qualquer lugar do mundo, apresentando uma maior flexibilidade.

4) Necessidade de conhecimento: Os dois mercados, tanto Forex como o de criptomoedas apresentam exigem um grau de entendimento grande para se começar a operar, embora muitos acabam ignorando isso. Fazer negociações em um mercado que não se conhece, inclusive aqueles que são de alto risco, pode trazer sérios problemas e perda de dinheiro.

5) Presença de robôs: Tanto o Forex como o mercado de Bitcoin e criptomoedas apresentam hoje robôs que atuam para fazer operações automáticas, com o objetivo de ganhar dinheiro por meio da compra e venda de ativos de forma automática, conforme se estabeleça regras de algoritmo.

Veja também: Bitcoins avaliados em US$415 milhões no lixão. Entenda a história!

Além disso, obviamente que como dois mercados diferentes, eles vão apresentar diferenças, ainda mais do que as próprias semelhanças que apontamos até aqui.

1) Plataforma de negociação: O mercado de criptomoedas é conduzido, principalmente, através das exchanges ou corretoras de criptomoedas, embora se tenha outras formas de fazer essa negociação, como o P2P. Já o Forex é negociado em plataformas OTC.

2) Horário de funcionamento: Como muitos sabem, o mercado de criptomoedas não fecha. Ele está aberto 24 horas por dia, 365 dias por ano (ou 366 se for ano bissexto. Já o Forex está aberto também 24 horas por dia, porém apenas 5 dias por semana, de segunda a sexta-feira.

3) Taxas: As taxas de negociação do Forex por conta de envolverem um intermediário para realizá-las, acabam sendo relativamente mais elevadas, embora as exchanges de criptomoedas variam bastante em suas taxas nos dias de hoje. Apesar disso, o mercado de Bitcoin e criptomoedas tem uma flexibilidade maior quanto a isso, podendo inclusive ter taxa zero de corretagem e de negociação em certas plataformas.

4) Volatilidade: O mercado de criptomoedas apresenta uma volatilidade de preços bem mais alta que o de Forex, embora este também seja variável. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista e do objetivo do investidor, já que diferenças maiores de compra e venda podem ser boas para se fazer trading, por exemplo, apesar de aumentar os riscos.

5) Liquidez: Por conta dos dados que já vimos anteriormente, o Forex possui maior liquidez do que os mercados de criptomoedas, conforme se analisa o volume diário que acaba sendo maior no Forex atualmente, embora o de criptomoedas tem se mostrado muito promissor e passível de crescer muito.

6) Regulação e leis: O mercado de criptomoedas ainda não tem tantas regulamentações e leis voltadas exclusivamente para elas, embora um número maior de regras tenham surgido ao longo do tempo em alguns países. O Forex é totalmente regulamentado e tem um forte estrutura quanto a isso. Decidir se isso é bom ou ruim também é variável dependendo do ponto de vista.

7) Influência de questões políticas e econômicas: O Forex tem uma maior influência com relação aos efeitos políticos e econômicos, embora diversas questões também vão influenciar no preço do Bitcoin e criptomoedas. Nenhum mercado é 100% sozinho e separado dos demais, porém o do Forex acaba tendo um impacto maior nos preços com esses fatores.

Conclusão: Investir em Bitcoin ou Forex?

Responder à pergunta de qual seria o melhor mercado para investir pode ser um tanto quanto desafiador, já que depende do ponto de vista do que estamos tratando aqui como “melhor”. São dois mercados totalmente diferentes, embora tenha trazido aqui algumas comparações importantes que podem surgir em investidores mais iniciantes.

Cada um dos mercados terá seus prós e seus contras, embora até mesmo isso acabe sendo questionável. Quando digo isso, quero dizer que os objetivos que levam alguém a investir em criptomoedas como o Bitcoin, pode ser totalmente diferente de quem investe no Forex.

O Forex apresenta regulações legais para atuar de forma mais robusta do que o Bitcoin e as criptomoedas, mas quem muitas pessoas já investem em Bitcoin justamente para ter uma reserva de valor que não esteja atrelada a nenhum governo ou mínimo de regulação.

Como nesse exemplo, a regulamentação pode ser um fator positivo ou não dependendo do ponto de vista, já que algumas pessoas podem considerar algo importante para se sentirem um pouco mais seguras.

Os números entre ambos são diferenciados, assim como o tamanho do mercado. Com volume maior, o Forex tem o aval de grandes investidores instituições que colocam dinheiro nas moedas que fazem parte desse meio, enquanto no Bitcoin e criptomoedas esse reconhecimento ainda está sendo construído.

Apesar disso, do ponto de vista de investimento promissor, o Bitcoin e criptomoedas, por ter ainda um grande público a atingir e explorar, pode ser mais interessante para retornos maiores no futuro, embora os riscos em relação à volatilidade dos preços também acabem sendo maiores.

O ideal no final das contas é a diversificação entre os dois mercados, assim como é recomendado para qualquer construção de carteira de ativos que seja forte e mais protegida às variações do mercado.

A fatia que se vai investir em cada um deles depende do seu perfil de investidor, objetivos e identificação com todos os pontos que abordamos até aqui e que no final das contas acaba sendo muito mais pessoal do que necessariamente existir um “certo” para investir.

Veja também: Caixa eletrônico de bitcoin: A tecnologia que está se espalhando pelos EUA

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