Starlink: Como Elon Musk quer revolucionar a internet que temos hoje?

Elon Musk é mundialmente conhecido não só pela sua riqueza que hoje possui, sendo o homem mais rico do mundo atualmente, mas também por ser cheio de ideias revolucionárias e bastante promissoras do ponto de vista tecnológico e de sua visão de criações futuristas, dessa vez por trás do projeto inovador da Starlink, da SpaceX.

Isso se intensifica ainda mais quando alguém com a mente de Elon Musk está associado a uma fortuna de US$200 bilhões. Sem dúvidas, isso abre espaço para que inovações ainda mais intrigantes possam ser exploradas ao longo do tempo, e algumas demandas humanas sejam sanadas.

A introdução da produção em massa dos carros elétricos, deve ser algo que Elon Musk ainda busca daqui pra frente, uma vez que as demandas pelas preocupações ambientais crescem a cada dia, e alguns governos, com o Reino Unido, já planejam que apenas esse tipo de veículo seja disponibilizado para uso pela população no futuro.

Um outro projeto, na mesma linha de criações futuristas de Elon Musk, foi trazido ao mundo através do projeto Starlink, que por sua vez, deve mudar a internet no futuro, em comparação ao que conhecemos hoje.

A empresa por trás disso, a SpaceX, pertencente a Elon Musk, é pioneira em lançamentos de foguetes e desenvolvimento de tecnologia espacial, no que tange às relações privadas que estão inseridas neste setor. De todos os projetos de Elon Musk, a Starlink deve ser um dos mais promissores.

As limitações da internet nos tempos atuais

A criação da internet foi uma das maiores evoluções recentes que o mundo já teve. Através dela, foi possível unir países diferentes, acelerando o acesso à informação, criação de outras formas de comércio, criações de plataformas de pagamento, relações interpessoais a distância e dentre muitas outras mudanças que ocorreram com a chegada da internet.

Veja também: Enquanto classe média ainda tem 70% do dinheiro na poupança, ricos tem apenas 0,4%

Entretanto, assim como toda tecnologia utilizada por grande parte dos indivíduos, ela também tem seus problemas de funcionamento e limitações. A internet ainda têm custos diferenciados em cada região do planeta, e o seu funcionamento também acaba sendo comprometido com uma cobertura limitada de onde ela pode chegar.

Em outras regiões, mesmo que a internet consiga chegar, ainda há certas dificuldades de se conseguir uma velocidade ideal, o que também torna os planos disponíveis ainda mais caros por conta de uma oferta de internet ainda pequena no local. 

Com isso, embora a internet seja extremamente importante no contexto atual da civilização, o fato é que muitas pessoas ainda não têm acesso a ela, seja por motivos financeiros ou pelas dificuldades de onde reside.

Isso acaba gerando inclusive uma desigualdade no acesso à informação, uma vez que quem tem acesso a ela, acaba obtendo muita vantagem em termos de possibilidade de adquirir conhecimento e se manter inteirado sobre a realidade do mundo que está a sua volta.

Não à toa, um levantamento realizado pelo Axios que foi feito baseado nos relatórios do NetBlocks, que é quem monitora dados relacionados à liberdade na internet, mostra que pelo menos 35 países seu acesso restrito a internet de forma parcial ou até mesmo total, desde o ano de 2019, por conta da intervenção de regimes totalitários no país.

Sabendo que em regimes políticos deste tipo, o controle populacional se dá principalmente através do acesso à informação, a internet acaba sendo o primeiro local que esses governos querem ter algum tipo de controle a partir de então, como é o caso recente que aconteceu em Mianmar, tomado por militares em um golpe de Estado.

Desse modo, a internet acaba tendo um papel fundamental no desenvolvimento da humanidade, e a falta dela acaba fomentando ainda mais desigualdades sociais nas mais diversas populações de países, como também é o caso do Brasil. 

Mas afinal, será que é possível termos um dia uma internet barata, rápida e que tenha uma cobertura que atinja o mundo inteiro? Essa é exatamente a proposta de Elon Musk em torno do projeto da Starlink.

Quando você vai acampar ou então até mesmo passar umas férias numa mata fechada e longe de qualquer área urbana, é comum ter nenhum ou quase nenhum acesso a internet ou sinal de telefonia. 

Algumas regiões remotas você tem uma dificuldade a mais quando busca usar os recursos digitais diários que as pessoas estão bastante familiarizadas em seu dia-a-dia. A ideia da Starlink seria acabar com as fronteiras ligadas a internet, de modo que existisse uma internet universal, e que funcionasse em qualquer lugar do mundo.

Com o projeto Starlink, de Elon Musk, a possibilidade de se ter internet em regiões que antes não seriam possíveis é uma realidade que deve estar cada vez mais próxima de nós, à medida que esse projeto cria seus avanços pelo mundo.

A ideia da Starlink foi anunciada em janeiro de 2015, quando Elon Musk enviou documentos para órgãos reguladores para a princípio ter a permissão de colocar em órbita cerca de 4 mil satélites, o que foi alcançado tempos depois.

Nos últimos anos, diversas ideias foram sendo discutidas em busca de trazer internet pelo mundo todo através de satélites. Entre algumas candidatas que estão na busca por desenvolver algo do tipo, temos a Starlink, da SpaceX, a Amazon, a OneWeb e até mesmo a Apple.

A ideia por trás de todas essas empresas, inclusive a da Starlink, seria criar uma verdadeira “constelação de satélites” que pudessem cobrir a Terra como um todo, a fim de que se consiga um único sinal de internet para todos e de igual velocidade no mundo todo.

Essa constelação de satélites que seria colocado no projeto Starlink seria um conjunto de satélites similares, ou então que tenham propósitos comuns e compartilhados entre si, nesse caso, que seriam para trazer sinal de internet para todo o planeta Terra.

Ainda nessa década, a SpaceX pretende trazer de 12 mil a 42 mil satélites para o projeto Starlink. Temos atualmente cerca de 5 mil satélites orbitando a Terra, de modo que aproximadamente 30% estão em funcionamento.

Veja também: Saiba o que é Open Banking e como isso vai revolucionar o mercado financeiro

Nos dados mais atuais de satélites especificamente utilizados para o projeto Starlink, a SpaceX afirma que já se têm 1015 satélites funcionando para este fim, pelo menos segundo informações obtidas até o final de janeiro de 2021.

Há muito tempo já se tentou ideias parecidas, porém os custos para conseguir se concretizar esse tipo de projeto acabou ficando inviável para estas empresas que tentaram, que por sua vez, acabaram entrando em falência.

Até o ano passado, cerca de metade da população mundial ainda não tinha acesso à internet, segundo consta os dados da International Telecommunication Union (ITU), algo que não mudou de maneira expressiva até os dias atuais do ano de 2021.

Em certos locais, o custo, características geográficas e também a falta de demanda são alguns fatores que acabam fazendo com que não se tenha incentivos para que empresas levem internet para esses lugares, tendo em conta o modo tradicional que temos hoje para a oferta desse serviço.

Desse modo, a única maneira viável de se levar internet para regiões rurais e localidades remotas seria através do uso de satélites, mas que também demanda uma grande infraestrutura e recursos financeiros e tecnológicos para realizar tal proeza.

Segundo o próprio Elon Musk, a ideia da Starlink é que se tenha não só sinal de internet nessas regiões remotas, como também uma alta qualidade, de modo que seja possível assistir filmes, ter acesso a jogos que demandam uma excelente conexão, ou qualquer outro serviço que se demande uma internet com boa qualidade de sinal e velocidade.

O projeto Starlink, da SpaceX, deve proporcionar para a população mundial acesso à internet de forma barata, de baixa latência (conhecido por “lag”), alta velocidade e acessível de qualquer lugar do planeta, e é por isso que é um projeto tão revolucionário.

O sinal de internet da Stalink já está funcionando em algumas regiões do planeta, mas a SpaceX divulgou em seu site oficial, uma nota que afirma sua pretensão de já estar apresentando uma cobertura em todo o mundo até o final do ano de 2021.

A internet via satélite não é algo novo, porém a disponibilidade de acesso a todas essas vantagens que já apresentamos até aqui que o projeto Starlink vai trazer, é algo totalmente inovador que nunca se viu alguém conseguir realizar em momento nenhum da história.

Com isso, estima-se que a internet da Starlink seja de 30% a 70% mais rápida do que as suas concorrentes que também utilizam satélites dos EUA, podendo trazer certas dificuldades de concorrência para as empresas do setor.

Quando se anunciou a ideia da Starlink, Elon Musk disse que havia no mundo uma grande demanda por internet de baixo custo e que, além disso, o projeto a longo prazo poderia facilitar o seu maior sonho de projeto, que é a colonização de Marte.

Segundo o Business Insider, a velocidade da luz no vácuo do espaço é 47% mais rápida do que em cabos de fibra óptica, o que traz mais uma vantagem em relação ao projeto da SpaceX em relação ao uso de satélites.

Uma discussão que surge nesse meio, é que a chegada do 5G, com mais velocidade e menor latência do que poderia oferecer a Starlink, poderia tirar um pouco o prestígio do projeto. Vale lembrar, porém, que o próprio 5G ainda não é uma realidade, uma vez que precisa de uma reestruturação de recursos praticamente do zero para se concretizar, já que as antenas atuais do 4G não servirão para que o 5G funcione.

Além disso, o 5G atenderia em boa parte apenas os grandes centros urbanos, onde já se tem uma oferta de internet interessante e que já apresenta melhores custos para a população, o que não tornaria a internet por si só algo inclusivo a todos.

A África Subsaariana, é um lugar que ainda vive basicamente de recursos naturais e também de commodities, com exceção da África do Sul, onde o desenvolvimento é um pouco maior. Essa região tem uma população de 1,1 bilhão de pessoas, aproximadamente. 

Até 2050, as projeções apontam que a África Subsaariana deve ter uma população de 2,1 bilhões de pessoas. Com uma idade média relativamente baixa, essa região tem um grande potencial no futuro de ser o próximo mercado global, através de grande mão de obra e mercado consumidor, o que facilitaria o desenvolvimento da própria África.

O crescente setor de tecnologia na África, que vem se intensificando principalmente na última década, pode ser a grande sacada de Elon Musk. A questão aqui vai muito além de apenas fornecer internet onde os concorrentes da SpaceX não conseguem alcançar.

Trata-se aqui de desafiar os regimes políticos ditatoriais que ainda estão em grande parte dos países da África, já que o projeto da Starlink possibilita que se tenha acesso a internet independente das restrições governamentais que esses países apresentam.

Embora seja uma ideia bastante promissora e que deve revolucionar a internet como a conhecemos hoje, o projeto Starlink, de Elon Musk, também apresenta algumas particularidades que não devem chegar à perfeição.

Uma delas, é justamente o fato de que para cidades altamente populosas, a largura de banda da internet do Starlink não seria o ideal, de modo que, nesses casos, o projeto não substituiria a princípio os tipos de internet que já temos nas grandes cidades, segundo a própria SpaceX.

Entretanto, seria uma alternativa bastante interessante para esses locais, e é uma opção quase única em diversas regiões do planeta, o que poderia trazer uma alta demanda pelo serviço, e consequentemente baratear ainda mais a oferta do mesmo.

Um outro problema que se tem em relação a ideia da Starlink está justamente na poluição espacial que isso poderia trazer. Isso acontece por conta da quantidade imensa de satélites colocados no espaço, mas que em algum momento podem não estar mais em funcionamento e precisam ser substituídos por outros.

Para isso, a Starlink decidiu colocar esses satélites em uma distância de aproximadamente 550 km da superfície da Terra, o que é relativamente próximo, e assim, permite reduzir no futuro a redução desse lixo espacial e a troca dos mesmos.

Além disso, estudiosos apontam que a grande quantidade de luz artificial no espaço que será colocada por meio dos satélites da SpaceX, faz com que se tenha uma grande interferência nas observações e estudos do espaço por meio de telescópios ou objetos do tipo. A SpaceX já tem consciência desse problema, e está confiante na busca por soluções quanto a isso mais adiante.

Conclusão

O projeto da Starlink, financiado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk, deve ser um dos planos mais inovadores propostos por ele, através de uma conhecida empresa ligada ao setor de tecnologia, a SpaceX.

A ideia da Starlink, embora ainda tenha muitos embates a respeito de sua utilidade e competitividade em lugares em que a oferta de internet já seja grande, é um projeto que vai apresentar quase que um monopólio do serviço em regiões que não apresentam nenhum acesso ao mesmo.

A Starlink deve proporcionar uma verdadeira revolução no mundo digital de como o conhecemos hoje, conectando ainda mais o mundo, fomentando o comércio digital, atraindo novos mercados consumidores, barateando os serviços que temos hoje e talvez inspirando novos projetos relacionados a isso no futuro.

Veja também: China endurece regras antimonopólio sobre gigantes da tecnologia

Total
1
Shares
Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Related Posts