Salário inicial médio das profissões que mais empregam no Brasil é reduzido

Em um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que 67 das 100 profissões que mais empregam no Brasil tiveram o salário inicial reduzido em 2021. O levantamento levou em consideração os valores de salário pagos no ano de 2020.

A lista foi feita a partir de dados de agosto do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Dessa maneira, a lista considera as 100 ocupações com o maior número de empregados com carteira assinada, que correspondem a 72% do estoque total de postos de trabalho formais no Brasil.

Sendo assim, os valores referentes ao salário de contratação mais baixos são os oferecidos à função de operador de telemarketing (R$ 1.144,96). Já a média de salários mais altos são oferecidos aos médicos clínicos (R$ 8.489,66).

Ademais, segundo o levantamento da CNC, em 59 das 100 profissões que mais empregam, o salário inicial é de, no máximo, 2 salários mínimos (R$ 2.200). “Não é quanto o profissional de cada ocupação está ganhando, mas sim quanto aceitou ganhar quando foi contratado”, explica o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.

Diminuição do salário de contratação em tempos de inflação e desemprego

Segundo dados do Ministério do Trabalho, em agosto, o salário médio real de admissão no país no mercado formal foi de R$ 1.792,07, o menor valor dos últimos 12 meses. Caso descontada a inflação do país, o valor médio representa uma queda de R$ 25 em relação a julho deste ano (R$ 1.817) e de R$ 113 em comparação com agosto do ano passado (R$ 1.905).

Em vista disso, com a disparada da inflação e com o número de desempregados cada vez maior, os salários oferecidos estão cada vez mais baixos. Segundo levantamento da CNC, a remuneração média real de contratação (descontada a inflação) está menor do que a oferecida há 1 ano, em dois terços das ocupações que mais contratam no país.

“Do ponto de vista de geração de vagas no mercado formal, 85% das profissões estão gerando mais vagas do que destruindo, o que é bastante positivo. O grande problema é que do ponto de vista da renda, dois terços das profissões que mais geraram vagas estão perdendo da inflação em um momento que o país tem uma taxa de desemprego ainda muito alta”, afirma Bentes.

Geração de vagas de emprego no país

Os dados recolhidos do Caged mostram que o Brasil continua gerando empregos com carteira assinada, apesar do atraso da economia do país nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, de janeiro até agosto deste ano, foram criadas 2,2 milhões de vagas. No entanto, os dados do IBGE mostram que ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país.

“Como estamos entrando num período de contratação temporária e tem muita gente desempregada, a tendência é que o empregador ofereça um salário menor mesmo. E o candidato aceita, porque é melhor ganhar isso do que ficar desemprego”, acrescenta o economista da CNC.

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