Renda média das famílias brasileiras cai enquanto despesas aumentam

De acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística), o Produto Interno Bruto (PIB) está voltando aos patamares pré-pandêmicos, porém situação financeira das famílias brasileiras seguem em níveis alarmantes,pois as mesmas apresentam uma renda média com números piores do que os pré-pandêmicos.

Isso é comprovado pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), pois a renda média do brasileiro, incluindo os autônomos, empregados informais e desempregados, atualmente está 9,4% abaixo do nível do início de 2020. A metade mais pobre da população, é a que mais sofre, já que acumulam uma perda de 21,5% em suas rendas.

Ainda de acordo com o economista, a causa da metade mais pobre da população ser a mais prejudicada, se deu em decorrência do aumento do desemprego, cujo efeito influenciou  em uma queda de renda média de aproximadamente 11,5%.

Vale ressaltar também o efeito desalento,ou seja, muitas pessoas que são menos beneficiadas na distribuição de renda se retiraram do mercado de trabalho sem perspectiva de encontrar emprego na pandemia, o que gerou uma queda de renda de 8,2%

Além da parcela da população com maiores dificuldades financeiras, os idosos foram os que mais sofreram impactos negativos em suas finanças, com um recuo de 14,2% na renda média. De acordo com a FGV, isso se dá ao fato de os idoso terem perdido espaço por precisarem se retirar do mercado de trabalho em função da maior fragilidade em relação aos sintomas da Covid-19.

Desemprego no Brasil

Além da queda na renda média dos brasileiros, outro fator que evidencia o momento econômico complicado que o país atravessa, é a considerável taxa de desemprego, pior até que a atingida antes do início da pandemia do novo coronavírus.

Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já registra mais de 14,800 milhões de trabalhadores desocupados, conforme a economia ainda busca engatar uma recuperação dos danos causados pela Covid-19.

O total da população desocupada, no trimestre de fevereiro até abril, ficou em 48,5%, e se mantém abaixo dos 50% desde o trimestre divulgado em maio do ano passado, indicando que menos da metade da população apta ao trabalho tem emprego no Brasil.

Enquanto a renda cai, as despesas aumentam

Ao mesmo tempo em que a renda dos brasileiros está em queda, o preço médio das despesas básicas, como gastos com comida, combustíveis e contas de água e energia, aumentou 33% no último ano, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo ( FecomercioSP).

Os dados foram levantados com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), IBGE. De acordo com a pesquisa, entre março de 2020 e julho de 2021, período de pandemia, o avanço médio do valor das despesas básicas no Brasil foi de 30,3%.

A cesta de produtos de consumo básico englobam itens como arroz, feijão, carnes em geral, leite integral, óleo de soja, além de gastos com gás de cozinha, contas de água e energia residenciais, gasolina, etanol, óleo diesel e gás veicular. A FecomercioSP avalia que a inflação descentralizada, aliada ao fato desses serem produtos essenciais para sobreviver, dificultam ainda mais os consumidores conseguirem economizar.

No último mês de julho, as despesas básicas das famílias afetaram diretamente 18% na renda total dos lares brasileiros. Ou seja, a cada R$ 20 reais utilizados para a mesma finalidade, no mesmo período em 2020, o que agora equivale a quase R$ 27, apresentando um aumento de R$ 7.

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