Banco Central admite o não cumprimento da meta de inflação em 2021

A probabilidade de a meta de inflação ter ficado acima do teto para 2021 já passa de 74%. No início do ano, o BC programou uma inflação que iria ficar em até 3,74% ao ano. Porém, com o aumento descontrolado dos preços da gasolina e energia elétrica, além da incerteza política, isso não aconteceu.

O relatório do Banco Central foi produzido nesta última quinta-feira (30), subindo de 5,8% para 8,5% na estimativa da inflação para o ano de 2021, com base no Índice IPCA. A expectativa para o índice de inflação do terceiro trimestre do ano também leva em conta a taxa básica de juros e o câmbio.

Banco Central já admitiu formalmente que não foi possível cumprir a meta de inflação de 2021

Esta foi a primeira vez ao longo do ano em que o Banco Central admitiu formalmente que a meta de inflação de 2021 não pode ser cumprida. Quando isso acontece, o BC é obrigado a escrever uma carta pública explicando o que aconteceu para prejudicar a meta.

Pelo sistema vigente no país, mesmo que a inflação atingisse 5,25% neste ano, estaria dentro da meta estipulada pelo BC. Porém, o Banco Central não vai conseguir entregar nem perto da meta inflação que foi estipulada em janeiro.

O Conselho Monetário Nacional é quem define o percentual da meta de inflação. E para alcançar essa meta, o BC em várias oportunidades neste ano reajustou a taxa básica de juros, saindo dos 2% que começou o ano para os 6,25% atuais.

O que motiva o aumento dos preços gerais ao longo ano?

O Banco Central relata que o significativo aumento dos preços aconteceu por conta da alta das commodities, como alimentos, minério e petróleo, sendo que esse seria um dos motivos que levou ao aumento do preço do combustível em mais de 30% ao ano.

A crise energética também dificultou as coisas, onde se foi necessário realizar ajustes nas bandeiras tarifárias, o que representou um novo choque para os custos na economia. Ainda que a vacinação esteja acelerando, ainda não foi suficiente para garantir uma retomada da economia nos mesmos níveis de pré-pandemia.

Expectativa para os próximos anos

A previsão para 2022 e 2023, que é baseada de acordo com a taxa Selic e o câmbio que é projetado pelos bancos, o Banco Central realizou uma projeção de inflação, que ficaria de 3,7% no primeiro ano e 3,2% para 2023. Em março, a instituição havia previsto que a meta do IPCA para 2022 ficaria em 3,5%, porém se a inflação continuar pressionando, deve aumentar as expectativas do IPCA.

No momento em que as expectativas de inflação sobem, o Banco Central precisa agir aumentando a taxa básica de juros, Selic. O Banco Central já deu a indicação de que deve fazer uma nova elevação da taxa de juros até o final do ano, terminando 2021 em 7,25%. A meta para 2022 é de que a Selic não ultrapasse 8,25%.

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