Navio é desencalhado no canal de Suez, mas prejuízos chegam a US$300 bilhões

O navio Ever Given foi desencalhado e voltou a navegar nesta segunda-feira (29) após 6 dias bloqueando o Canal de Suez, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. A retomada do navio de 400 metros de comprimento aconteceu durante a manhã, por volta das 10h30.

O Canal de Suez estava bloqueado por um imenso navio, que atrasou o transporte de centenas de outras embarcações com objetivos comerciais em um local que é a principal ligação que se tem com fins comerciais entre o continente asiático e a Europa.

Segundo a BBC, uma estimativa realizada por especialistas da área de comércio marítimo apontou um prejuízo de cerca de US$300 bilhões, seja diretamente ou indiretamente, por conta do incidente com o navio Ever Given. Importante lembrar que mais de 80% do volume do comércio global é movimentado por via marítima.

Apesar de o navio ter sido desencalhado hoje (29), o presidente e diretor-executivo Canal de Suez (SCA), Osama Rabie, disse que serão necessários três dias e meio até que todos os navios que estão na fila de espera para atravessar o local consiga chegar até o fim do canal.

O congestionamento de navios no Canal de Suez

Até sexta-feira (26), mais de 230 navios estavam congestionados na rota comercial e esse número só aumentou com o passar dos dias. Segundo um comunicado de uma das maiores empresas do segmento de transportes e energia, a Maersk, o tempo que os navios que esperam na fila levarão para atravessar o Canal de Suez é maior que o previsto por Osama Rabie. Eles afirmaram que: “Avaliando o acúmulo atual de navios, pode levar seis dias ou mais para que toda a fila passe”.

Osama Rabie elogiou os esforços que foram tomados pela equipe do Canal de Suez para desencalhar o navio Ever Given do local. Além disso, ele disse a uma TV egípcia que o canal é navegável, sem maiores danos que pudessem comprometer o andamento do transporte marítimo.

O presidente e diretor da SCA ainda disse que o Ever Given será levado para uma inspeção técnica. Nessa análise, o navio será melhor avaliado em relação a qualquer comprometimento que eventualmente poderia ter ocorrido com sua estrutura, embora no momento se afirme que não há danos no navio de contêineres.

O encalhamento acabou causando um congestionamento de 6 dias e foram mais de 400 navios que ficaram na fila para atravessar o Canal de Suez. Antes do ocorrido, a cadeia de suprimentos de diversos segmentos estava funcionando no limite, com um abastecimento limitado, fazendo com que os preços de produtos e até mesmo seu transporte ficasse ainda mais caros.

O encalhamento de um navio que pode impactar no seu bolso

Segundo informações da Bloomberg, que foi estimado pela Lloyd’s List, aproximadamente US$9,6 bilhões em mercadorias por dia foram interrompidos de serem entregues com o incidente, um dos fatores que levaram ao montante de prejuízo total do ocorrido.

Cerca de 12% de todo comércio mundial passa por esse local, sendo assim, os dias em que o navio ficou encalhado acabou trazendo bilhões de dólares em prejuízo, desde o dia 23 de março de 2021, quando uma tempestade de areia e fortes ventos acabaram colaborando para o ocorrido.

O fato é que os prejuízos em relação ao caso do Canal de Suez podem fazer com que se tenha um encarecimento dos produtos que vão chegar ao consumidor, já que os custos poderão ser passados a toda a cadeia, principalmente no transporte deles.

Além disso, os impactos da pandemia no abastecimento global, que não vive os seus melhores momentos atualmente, pode ser ainda mais ampliado com este atraso das entregas marítimas.

Em uma economia globalizada e com a forte relação do comércio brasileiro com a Ásia, os impactos do incidente no Canal de Suez podem impactar no bolso dos consumidores dos países que participam desse comércio, incluindo o Brasil.\

Veja também: Real tem pior desempenho do mundo com a piora da pandemia

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