JPMorgan prevê perda de US $ 10 bilhões para os bancos, em meio ao escândalo da Archegos

Já comentamos aqui o caso da Archegos Capital Management, todavia o caso vem tomando cada vez mais proporção nas últimas semanas. 

Veja também: Archegos: o Family Office que derrubou Wall Street com a venda de US$ 30 bilhões

Segundo o JPMorgan, é esperado que os bancos globais percam até US $ 10 bilhões após o escândalo da Archegos, elevando sua estimativa que antes era de US $ 2 bilhões a US $ 5 bilhões iniciais, com Credit Suisse Group e Nomura Holding sendo os mais atingidos.

A uma explicação para que esses bancos sofrem um maior impacto, o motivo é o maior nível de alavancagem por esses bancos, em comparação com Goldman Sachs e Morgan Stanley

O JPMorgan esclareceu também que podem haver considerações adicionais que determinaram a grande diferença entre a escala de perdas sofridas, como o momento da venda de posições, entre outras. 

No entanto, todo o episódio afeta o setor como um todo, visto que os bancos globais podem acabar perdendo cinco vezes o nível normal de perda para um negócio de marcação a mercado diário com garantia.

As lições do colapso 

Para o JPMorgan há três lições que a indústria pode ter aprender com o escândalo causado pelo familly office da Archegos. 

A primeira lição seria que os bancos de investimento em geral, estão em melhor forma hoje e estão mais focados em plataformas de execução de alto volume.

Não há alavancagem excessiva nos bancos de investimento ou bancos privados. Embora a alavancagem dos bancos privados tenha aumentado, não está nem perto dos picos anteriores. O JPMorgan também informou que não vê nenhum crescimento excessivo de swaps de ações, um instrumento simples do qual todas as partes se beneficiarão.  

Em segundo lugar, as estruturas regulatórias dos EUA, como Basileia III e a Lei Dodd-Frank, melhoraram o perfil de risco dos bancos de investimento. O JPMorgan, no entanto, observou que ainda há uma supervisão fraca para entidades não bancárias, especialmente quando se trata de familly office, como no caso da Archegos.

Por último, o JPMorgan afirma que os bancos privados, especificamente aqueles ligados à Archegos, poderiam melhorar sua integração, especialmente com clientes com histórico como Hwang, que teve problemas no passado . 

Os bancos privados também poderiam fortalecer sua gestão de risco, dando menos alavancagem a family offices não transparentes com posições concentradas e garantindo a verificação do risco de re-hipoteca dos clientes , entre outros.

Opinião do mercado 

Mesmo após a crise financeira de 2008, a SEC está mais de 10 anos atrasada na implementação de regras, que teriam proporcionado mais transparência sobre o que estava acontecendo na Archegos, disse um executivo focado na regulamentação do governo em um grande fundo de hedge

Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou preocupação, dizendo em entrevista, que estava preocupado com as negociações com um único cliente que poderiam resultar em perdas substanciais para essas grandes empresas.

“O que tentamos fazer é garantir que os bancos entendam os riscos que estão correndo e tenham sistemas em funcionamento para gerenciá-los”, disse ele. “Isso parece ser um déficit significativo – um fracasso nessa frente.”

Em suma, o Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman, MUFG, Mizuho, ​​Morgan Stanley, Nomura, UBS e Wells Fargo não quiseram comentar, assim como Archegos.

Veja também: Jérôme Kerviel, o homem que quase quebrou banco francês em 4,9 bilhões de Euros

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