Fuga da poupança no bimestre é a maior dos últimos 26 anos

Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (5), a caderneta de poupança registrou resgate líquido de R$5,8 bilhões em fevereiro. O saldo acabou trazendo o pior bimestre para a poupança desde o ano de 1995, considerando os dados de janeiro e fevereiro deste ano.

No mês de fevereiro os brasileiros retiraram R$245,7 bilhões, número que é 2,46% maior do que depositaram no mesmo período, que foi de R$239,8 bilhões. Embora o saldo de recursos da poupança tenha conseguido alcançar uma melhora, os números ainda são bastante relevantes historicamente para o período em questão.

Além disso, no mês de janeiro o resgate da poupança foi de R$18,2 bilhões, o que significa que se reduziu no mês de fevereiro esse valor em mais de 68%. No entanto, os números registrados de saída para o mês de fevereiro foi o maior desde 2016.

Desde o ano de 1995, quando se iniciou a série histórica para a medição do resgate da poupança pelo Banco Central (BC), nunca se teve um valor tão alto para uma saída de capital da poupança durante um bimestre como ocorreu em 2021.

Ao todo, o resgate dos meses de janeiro e fevereiro totalizaram cerca de R$24 bilhões, atingindo um novo recorde para o período. Importante dizer que durante o mês de janeiro muitas pessoas ainda realizaram saques do auxílio emergencial, cujo último pagamento foi feito no dia 29 de dezembro de 2020.

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O auxílio emergencial movimentou a poupança em 2020

O auxílio emergencial colaborou muito para a movimentação da poupança no ano de 2020. Em especial, um ano marcado pela ascensão da pandemia e da necessidade que se gerou da criação do programa assistencial que contemplou aproximadamente 70 milhões de pessoas no Brasil.

O número de pessoas que receberam o auxílio emergencial é equivalente a cerca de 1/3 da população brasileira no total. O montante distribuído pelo programa foi de aproximadamente R$275 bilhões.

Considerando o fechamento do mês de fevereiro, os brasileiros aplicaram pouco mais de R$1 trilhão na poupança até agora, cujo valor representa a soma total dos recursos presentes na caderneta de poupança até então.

Apesar disso, é importante dizer que a poupança acabou não tendo um ano tão interessante como uma forma de investimento para os que procuram uma melhor rentabilidade em seus aportes.

A baixa dos juros no Brasil em seu menor patamar histórico, em especial com a Selic ainda em 2%, fez com que os investimentos de renda fixa trouxessem resultados baixos em 2020. Além disso, a poupança por si só acaba tendo rendimento pior do que outras aplicações, mesmo comparada ao segmento de renda fixa.

Em suma, enquanto a Selic está em 2% ao ano, a poupança rende com isso 1,4%. Considerando os resultados de fevereiro de 0,12% para a poupança, o acumulado do ano chega a 0,23%, enquanto o CDI líquido alcançou os 0,28%.

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